O grande Cidadão- Virgílio Martinho

O grande Cidadão- Virgílio Martinho

O Grande Cidadão tem um certo ar de romance de antecipação. Na cidade onde a acção se passa, as ruas, as praças, os parques, as estradas, e também os governantes, as gentes, não possuem nomes do nosso tempo, determinados, comemorativos, de homenagem, mas sim nomes espaciais, quantitativos, geométricos; e os homens que dominam a cidade, sob as ordens do Grande Cidadão, são louros, fortes, super-homens feitos em série. Mas só aparentemente este romance é de antecipação: o que se quis foi dar em forma romanesca, despersonalizando o mais possível o espaço e o tempo, o processo impiedoso e terrível de todos os regimes totalitários, actuais ou passados. E com esse processo, a história daqueles que arriscam tudo para combater O Grande Cidadão, que se obstinam na humanidade, nos quais subsiste a face humana capaz de amar verdadeiramente, capaz do sacrifício e da solidariedade.
Deve sublinhar-se, de passagem, o quão devedor é este romance do 1984 de Orwell...

Arcádia 1975
Etiquetas: Literatura

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Um totalitário cheio de nada...

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