"Espaço do Invisível" Ensaios I de Vergílio Ferreira - 1ª Edição de 1965

"Espaço do Invisível" Ensaios I de Vergílio Ferreira - 1ª Edição de 1965

"Espaço do Invisível"
Ensaios I
de Vergílio Ferreira

Capa de João da Câmara Leme

1ª Edição de 1965
Portugália Editora
Coleção Obras de Vergílio Ferreira
284 Páginas

ESPAÇO DO INVISÍVEL possui imediatamente o valor, não muito vulgar na nossa cultura, de propor uma reflexão que se não limite à urgência de uma resposta, resposta esta quase sempre pobre de pensamento pelo facto de se esquematizar em normas de acção.
Tal atitude, se incorre em naturais riscos, dispõe todavia de duas vantagens primaciais, concentrar sem desvios, o pensamento nas relações internas da problemática a que se cinge; descer mais fundo na indagação, levando-a livremente a uma zona de densidade teórica, mais rica de implicações, muitas vezes concretas.
da Introdução

Há uma voz obscura no homem, mas essa voz é a sua. Há um apelo ao máximo, mas vem do máximo que ele é. Há o limite impossível, mas é do excesso que é o próprio homem. Vergílio Ferreira (Espaço do Invisível 1)

Se o espaço do invisível se anuncia no do visível, é na obra de arte que mais presente e visível se nos revela o invisível é na obra de arte que particularmente o invisível se vê. Vergílio Ferreira (Espaço do Invisível 1)

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Vergílio António Ferreira (n. Melo, Gouveia, 28 de Janeiro de 1916, m. Lisboa, 1 de Março de 1996), romancista e ensaísta português, estudou no Seminário do Fundão, entre 1926 e 1932, vindo a abandoná-lo para completar os estudos liceais. Licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra onde, durante a segunda metade dos anos trinta, tomaria contacto com um neo-realismo emergente, formado, entre outras influências, na leitura de romancistas brasileiros. Foi professor do ensino liceal, em Évora (1945-1958) e em Lisboa (desde 1959 e até à aposentação).

Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses deste século.

Com pontos de contacto, ao nível da construção narrativa, com outros autores contemporâneos, como Faure da Rosa ou Tomaz de Figueiredo, nomeadamente, ao nível da submersão de personagens, tempo e espaços na palavra musical de um discurso subjectivo, a palavra-existência de um eu dominado pela mais profunda angústia, o universo romanesco de Vergílio Ferreira adquire, segundo Eduardo Lourenço, em O Canto do Signo, Lisboa, Presença, 1994, um carácter fantasmático, mediante o qual o «personagem único e central que assume o discurso significante do romance» se lança paroxisticamente na «quête [...] de si mesmo» e de um sentido que colmate a ausência de Deus e de verdades salvadoras, que o preserve do nada. Deste modo, o romancista e o ensaísta (Do Mundo Original, Espaço do Invisível, Invocação ao Meu Corpo, Arte Tempo, Pensar) confundem-se no mesmo objectivo: «tornar-nos sensível o absurdo da condição humana sem referência nem destino transcendente e, simultaneamente, extenuar, vencer por dentro, esse mesmo sentimento do absurdo, descobrir nele, até, uma razão suplementar de exaltação da mesma condição humana.»

Traduzida em várias línguas, a sua obra inclui, além da novelística e do ensaio, os nove volumes de diário Conta-Corrente (1980 a 1994).Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária. Recebeu o Prémio Camões em 1992.

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Etiquetas: Literatura

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