"Maníacos de Qualidade" - Portugueses Ilustres na Consulta Com Uma Psicóloga de Joana Amaral Dias - 1ª Edição de 2010

"Maníacos de Qualidade" - Portugueses Ilustres na Consulta Com Uma Psicóloga de Joana Amaral Dias - 1ª Edição de 2010

"Maníacos de Qualidade"
Portugueses Ilustres na Consulta Com Uma Psicóloga
de Joana Amaral Dias

Prefácio de J. L. Pio de Abreu

1ª Edição de 2010
A Esfera dos Livros
392 Páginas
Ilustrado em extratexto

Antes de fugir para o Brasil, D. Maria I já se encontrava louca. Passava por períodos de frenesi e supunha que o seu próprio corpo estava oco. No Rio de Janeiro, imaginava que o Diabo se escondia no Pão de Açúcar. Como foi que a vida sexual de D. Afonso VI e os seus órgãos genitais acabaram escrutinados num tribunal que ambicionava demonstrar que o soberano era impotente, louco e incapaz de governar? Hoje é possível entender os bastidores das acções destes monarcas?

O Marquês de Pombal encontrar-se-ia tão obcecado com os jesuítas que só admitia conversas que os visassem. Entre os muitos que encarcerou e matou, conta-se o padre Malagrida. Qual dos dois era menos equilibrado? O iluminista que do beato fez herege para o queimar na fogueira ou o roupeta-preta que assumia a autoria de milagres e exorcismos? Um dia, Antero de Quental sentou-se num banco de um jardim público e deu dois tiros na cabeça. Porque foi que esse poeta-herói encerrou assim a sua vida? Fernando Pessoa revelou, desde cedo, uma grande preocupação com a sua própria sanidade mental, adoptando diferentes classificações psiquiátricas para si mesmo. Estaria louco ou apenas com medo?

A psicóloga clínica Joana Amaral Dias traça o retrato psicológico destas e de outras personagens tidas como loucas. Baseada numa investigação histórica cuidada e na leitura de escritos e registos biográficos e autobiográficos - cartas, diários, etc. -, a autora revela-nos a dor psíquica destas figuras, bem como o seu respectivo diagnóstico clínico.

Porém Joana Amaral Dias vai mais longe e, nesta viagem aos universos mentais de portugueses célebres, questiona os rótulos com que estes foram marcados e os tratamentos a que foram sujeitos - da fogueira a sanguessugas, dos banhos gelados aos choques eléctricos, das tareias ao apedrejamento.

Uma reflexão original sobre a forma como ao longo dos tempos a sociedade encarou a doença mental e acerca das alianças que a Psiquiatria estabeleceu com o poder e a própria loucura.

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Joana Amaral Dias nasceu em Luanda em 1975. É psicóloga, professora universitária, política e activista. Colabora regularmente com jornais, revistas e televisão. É, ainda, autora de vários livros, nomeadamente dos bestsellers "Maníacos de Qualidade", "O Cérebro da Política" e "Psicopatas Portugueses", ao qual o presente "Psicopatas Portugueses: Livro Segundo" vem dar continuidade.

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Raul Ribeiro

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