"Maria Firmina dos Reis e o Cotidiano da Escravidão no Brasil"
de Agenor Gomes

1ª Edição de 2022
Editora AML
360 Páginas

Professora de primeiras letras, romancista, poeta, contista, musicista e ativista da cultura popular, Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís na mesma época da independência do Brasil. Surpreendentemente, toda sua produção intelectual se deu na Vila de Guimarães, interior da Província do Maranhão, longe da capital São Luís, com sua biblioteca, teatros, e jornais. Ela é a primeira romancista brasileira. Em Úrsula (1860), o negro escravizado - o homem e, especialmente, a mulher - quebra a narrativa da subalternidade culturada pela sociedade escravista e assume seu próprio discurso, verbalizando as palavras "livre" e "liberdade". Maria Firmina, filha de escrava alforriada, rompendo limites então impostos pela sociedade às mulheres, expôs, com sua primeira produção literária, a crueldade do sistema escravista, quase 30 anos antes da Abolição. Na atualidade, a publicação de cerca de 60 teses e dissertações sobre sua vida e obra, além de diversas reedições de seu romance "Úrsula", contos e poemas, comprovam que a romancista pioneira construiu uma obra que ainda hoje nos leva a refletir sobre escravidão e liberdade, e que só na luta contínua pela liberdade é possível ampliar os espaços de cidadania conquistados pelos descendentes das muitas Áfricas, cujos antepassados, durante três séculos, desembarcaram a ferros nas costas brasileiras. Este livro contém documentação inédita sobre Maria Firmina dos Reis, além da árvore genealógica da família da romancista, desde sua avó Engrácia Romana da Paixão, africana escravizada e depois alforriada, até ramificações da quinta geração familiar, incluindo inventários, procurações, batismos, óbitos e outros.

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