"Nítido Nulo" de Vergílio Ferreira - 2ª Edição de 1972
"Nítido Nulo" de Vergílio Ferreira - 2ª Edição de 1972
Preço: 15 €
"Nítido Nulo" de Vergílio Ferreira - 2ª Edição de 1972
"Nítido Nulo"
de Vergílio Ferreira
2ª Edição de 1972
Portugália Editora
Coleção Obras de Vergílio Ferreira
320 Páginas
Agora a praia está deserta. Os últimos banhistas subiram a longa escadaria, desapareceram há dias atrás da falésia. E estranha, uma melancolia cresce como erva, deixa um rasto nas coisas. Memória do que morreu, subtil, do que vibrou - e a indiferença da terra, da luz. Do mar. Ou talvez que tudo nasça da certeza do meu fim. Condenado à morte - quando me executarão? - estou aqui à espera nesta prisão junto à praia.
«Sobre o mar azul até a um limite invisível meus olhos cansados, esvaídos de horizonte. Encosto-me a um pau do toldo, tia Matilde e Dolores ao lado em cadeirinhas rasas, estarão rezando? olham silenciosas, encosto-me às grades brancas da prisão. Vejo-me lá em baixo, como poderia ver-me lá de baixo? Detesto as grandes frases, são do tempo da conquista e da mistificação. E todavia. Estou só e isto deve ser real instintivamente olho atrás. Uma dor recurva no pescoço, no estômago. Como poderia ver-me lá de baixo? aqui, no intervalo infinito entre a vida e a morte?»
---
Vergílio Ferreira romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. Estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu funções docentes no Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses deste século.
Literariamente, começou por ser neo-realista (anos 40), com "Vagão Jota" (1946), "Mudança" (1949), etc. Mas, a partir da publicação de "Manhã Submersa" (1954) e, sobretudo, de "Aparição" (1959), Vergílio Ferreira adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. A sua prosa, que entronca na tradição queirosiana, é uma das mais inovadoras dos ficcionistas deste século.
O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra que, aliás, acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária. Além disto, Vergílio Ferreira deixou-nos vários volumes do diário intitulado "Conta-Corrente". Das suas últimas obras destacam-se: "Espaço do Invisível", "Do Mundo Original" (ensaios), "Para Sempre" (1983), "Até ao Fim" (1997) e "Na tua Face" (1993). Recebeu o Prémio Camões em 1992.
ESGOTADO MAS LIVRARIAS
ÓPTIMO ESTADO - PORTES GRÁTIS
de Vergílio Ferreira
2ª Edição de 1972
Portugália Editora
Coleção Obras de Vergílio Ferreira
320 Páginas
Agora a praia está deserta. Os últimos banhistas subiram a longa escadaria, desapareceram há dias atrás da falésia. E estranha, uma melancolia cresce como erva, deixa um rasto nas coisas. Memória do que morreu, subtil, do que vibrou - e a indiferença da terra, da luz. Do mar. Ou talvez que tudo nasça da certeza do meu fim. Condenado à morte - quando me executarão? - estou aqui à espera nesta prisão junto à praia.
«Sobre o mar azul até a um limite invisível meus olhos cansados, esvaídos de horizonte. Encosto-me a um pau do toldo, tia Matilde e Dolores ao lado em cadeirinhas rasas, estarão rezando? olham silenciosas, encosto-me às grades brancas da prisão. Vejo-me lá em baixo, como poderia ver-me lá de baixo? Detesto as grandes frases, são do tempo da conquista e da mistificação. E todavia. Estou só e isto deve ser real instintivamente olho atrás. Uma dor recurva no pescoço, no estômago. Como poderia ver-me lá de baixo? aqui, no intervalo infinito entre a vida e a morte?»
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Vergílio Ferreira romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. Estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu funções docentes no Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses deste século.
Literariamente, começou por ser neo-realista (anos 40), com "Vagão Jota" (1946), "Mudança" (1949), etc. Mas, a partir da publicação de "Manhã Submersa" (1954) e, sobretudo, de "Aparição" (1959), Vergílio Ferreira adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. A sua prosa, que entronca na tradição queirosiana, é uma das mais inovadoras dos ficcionistas deste século.
O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra que, aliás, acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária. Além disto, Vergílio Ferreira deixou-nos vários volumes do diário intitulado "Conta-Corrente". Das suas últimas obras destacam-se: "Espaço do Invisível", "Do Mundo Original" (ensaios), "Para Sempre" (1983), "Até ao Fim" (1997) e "Na tua Face" (1993). Recebeu o Prémio Camões em 1992.
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Etiquetas: Literatura
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