"Os Anjos e o Sangue" de Bernardo Santareno - 2ª Edição de 1974

"Os Anjos e o Sangue" de Bernardo Santareno - 2ª Edição de 1974

"Os Anjos e o Sangue"
de Bernardo Santareno

2ª Edição de 1974
Edições Ática
Coleção Teatro Ática
144 Páginas

Peça escrita para radiotelevisão por Bernardo Santareno (nunca tendo sido transmitida) e que encerra o primeiro ciclo do teatro de Bernardo Santareno, caracterizado não só pela fusão de temas populares com preocupações existenciais, como pela extrema agressividade dos conflitos examinados. Através de seis cenas muito breves , representam-se acções que o ser humano várias vezes provoca e que são significado de oportunismo, egoísmo, invasão de privacidade, discriminação e insatisfação pessoal.

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Bernardo Santareno [Santarém, 1920 - Lisboa, 1980]

Nome literário de António Martinho do Rosário. Médico de profissão.

A sua carreira literária iniciou-se com três livros de versos (A Morte na Raiz, 1954; Romances do Mar, 1955; Os Olhos da Víbora, 1957), mas foi como dramaturgo dos mais pujantes de toda a nossa literatura que se impôs, embora nesses primeiros livros se enunciem já alguns dos temas e motivos dominantes da sua obra dramática.

Esta reparte-se por dois ciclos, menos distanciados um do outro do que a evolução estética e ideológica do autor terá feito supôr, já que as peças compreendidas em qualquer deles respondem à mesma questão essencial: a reivindicação feroz do direito à diferença e do respeito pela liberdade e a dignidade do homem face a todas as formas de opressão, a luta contra todo o tipo de discriminação, política, racial, económica, sexual ou outra.

Esta temática exprime-se, nas peças integrantes do primeiro ciclo (A Promessa, O Bailarino e A Excomungada, publicadas conjuntamente em 1957; O Lugre e O Crime de Aldeia Velha, 1959; António Marinheiro ou o Édipo de Alfama, 1960; Os Anjos e o Sangue, O Duelo e O Pecado de João Agonia, 1961; Anunciação, 1962), através de um naturalismo poético apoiado numa linguagem extremamente plástica e coloquial e estruturado sobre uma acção de ritmo ofegante que atinge, nas cenas finais, um clima de trágico paroxismo.

A partir de 1966, com a «narrativa dramática» O Judeu, que retrata o calvário do dramaturgo setecentista António José da Silva, queimado pelo Santo Ofício, o autor plasma as suas criações no molde do teatro épico de matriz brechteana, adaptando-o ao seu estilo próprio, e assume uma posição de crescente intervencionismo que irá retardar até à queda do regime fascista a representação dessa e das suas peças seguintes: O Inferno, baseada na história dos «amantes diabólicos de Chester» (1967), A Traição do Padre Martinho (1969) e Português, Escritor, 45 Anos de Idade (1974), drama carregado de notações autobiográficas e que seria o primeiro original português a estrear-se depois de restaurada a ordem democrática no país.

Publicou em 1959 um volume de narrativas, Nos Mares do Fim do Mundo, fruto da sua experiência como médico da frota bacalhoeira, experiência que dramaticamente transpôs em O Lugre, e deixou inédito um dos seus mais vigorosos dramas, O Punho, cuja acção se localiza no quadro revolucionário da Reforma Agrária, em terras alentejanas.

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Etiquetas: Literatura

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