"Palavras e Sangue"
de Giovanni Papini

Livros do Brasil - Lisboa
Coleção Dois Mundos Nº 9
248 Páginas

Escritos entre 1907 e 1910, os catorze contos trágicos que compõem Palabras y sangre são ainda mais desagarrados que os de El piloto ciego , como se pretendessem despertar no mundo para evitar a primeira grande guerra que sacudiria a Europa apenas quatro anos depois. Com seu estilo peculiar para esclarecer o fantástico com o real, e obcecado pela «perversa ou enferma» psicologia humana, o grande autor italiano utiliza a palavra para gritar contra a angustiosa realidade a quem se sente condenado. Maestro de Dino Buzzati, e admirado por Borges, Palavras e sangue é uma das grandes obras de um Papini que, sem medo e esperança, entende a vida como «o esforço e a dor que, através do mistério, conduzem para lá nada». Sarcástico e brutal, o que proporciona à obra uma estranha beleza poética, por estas narrações desfilam personagens que se intercambiam as almas, um assassino que farto de roubar à justiça decide condenar a si mesmo, um suicida que se tira de Ródano «sem nenhuma razão» ou um pintor capaz de refletir na garantia o rosto que tenderá no futuro os modelos que retrata. Histórias simbólicas e filosóficas que criam um novo género literário naquilo em que a palavra se converte em um desassossego angustiante, em um sangue de tinta que atravessa as fronteiras da literatura.

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Giovanni Papini, 1881 a 1956, italiano. Em 1899 forma-se como Professor, leccionando durante vários anos até se tornar bibliotecário. Em 1903, funda com Giuseppe Prezzolini a revista Leonardo e redige textos para a Il Regno. Nesse mesmo ano, publica Il Crepúsculo dei Filosofi, onde discorre sobre sistemas filosóficos de seis grandes pensadores. Em 1911, funda a revista L Anima, obtendo em 1935 a cátedra em Literatura Italiana, pela Universidade de Bolonha.

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