"Passeios Africanos" de Alberto Moravia

"Passeios Africanos" de Alberto Moravia

"Passeios Africanos"
de Alberto Moravia

1 Edição de 1990
Difel
190 Páginas

Sob o olhar entusiasmado da Morávia, as linhas e traços de qualquer mapa que retrate a África ganham um volume extraordinário. O autor, como que para se tranquilizar antes de tudo, informa desde o início do "caráter não turístico e imprudente" de sua jornada.

Ao evitar os palcos lotados das agências de viagens, evitando ao máximo os privilégios que, paradoxalmente, em certos lugares e ocasiões a África pode oferecer, criando assim "ilhas de superdesenvolvimento no próprio seio do subdesenvolvimento", a Morávia tem procurado toda a natureza selvagem desses lugares, até o coração e poder defini-los como seus. Nos passeios por cenários em que o tempo, mais do que distinguir, mesclou passado, presente e futuro, o escritor redescobriu uma madrasta geradora de força, temível, forte, a mesma há muito narrada por Lucrécio e Leopardi, muito longe da Europa onde reinam o homem e a ciência.

A natureza africana, em sua beleza infinita, fascinante e cativante, parece, no entanto, ocultar uma falsidade demoníaca e perigosa. Não é mais o conceito de "nobre", utilizado por Karen Blixen e abordado por Morávia nos dois diários anteriores, que marca o caráter profundo da paisagem africana; o autor considera mais apropriado o uso do adjetivo "religioso" e escreve: "o único sentimento religioso próprio da África é o medo"

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Alberto Moravia, pseudónimo de Alberto Pincherle, nasceu em Roma a 28 de novembro de 1907 e morreu nessa mesma cidade a 26 de setembro de 1990. A publicação do seu primeiro romance, Os Indiferentes, em 1929, levou a que fosse desde logo aclamado como um dos mais interessantes autores da narrativa italiana da época. Considerado precursor do existencialismo, com uma obra onde se destacam os temas da sexualidade moderna e da alienação social, viu várias das suas histórias adaptadas ao cinema, entre elas O Conformista (1951), por Bernardo Bertolucci em 1970, e O Desprezo (1954), por Jean-Luc Godard em 1963. A par da produção literária, Moravia foi também jornalista, argumentista de cinema e dramaturgo. Em 1984 foi eleito deputado do Parlamento Europeu pelo Partido Comunista, lugar que ocuparia até à sua morte.

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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