"Praça da Canção" de Manuel Alegre - 1ª Edição de 2005 (Ed 40 Anos da 1ª Ed)

"Praça da Canção" de Manuel Alegre - 1ª Edição de 2005 (Ed 40 Anos da 1ª Ed)

"Praça da Canção"
de Manuel Alegre

Ilustrações de José Rodrigues

Prefácio de Paula Morão

1ª Edição de 2005 (Edição dos 40 Anos da 1ª Edição - 1965 a 2005)
Publicações Dom Quixote
150 Páginas
Dimensões: 246 x 288 x 15 mm.
Capa dura forrada a linho vermelho com gravação a tinta branca na lombada e estampa colada na pasta dianteira

Nos 40 anos da 1º edição do mais famoso e mais cantado livro de poemas de Manuel Alegre. Edição especial ilustrada por José Rodrigues

ROMANCE DE PEDRO SOLDADO

Já lá vai Pedro Soldado
num barco da nossa armada
e leva o nome bordado
num saco cheio de nada.

Triste vai Pedro Soldado.

Branda rola não faz ninho
nas agulhas do pinheiro
nem é Pedro marinheiro
nem no mar é seu caminho.

Nem anda a branca gaivota
pescando peixes em terra
nem é de Pedro essa rota
dos barcos que vão à guerra.

Nem anda Pedro pescando
nem ao mar deitou a rede
no mar não anda lavrando
soldado a mão se despede
do campo que se faz verde
onde não anda ceifando
Pedro no mar navegando.

Onde não anda ceifando
já o campo se faz verde
e em cada hora se perde
cada hora que demora
Pedro no mar navegando.

E já Setembro é chegado
já o Verão vai passando.
Não é Pedro pescador
nem no mar vindimador
nem soldado vindimando
verde vinha vindimada.

Triste vai Pedro Soldado.
e leva o nome bordado
num saco cheio de nada.

Soldado número tal
só a morte é que foi dele.
Jaz morto. Ponto final.
O nome morreu com ele.

Deixou um saco bordado.
E era Pedro Soldado.

-
Sem grande margem para dúvidas, pode dizer-se que este livro marcou para sempre toda uma geração de jovens portugueses que ao longo dos anos 60 se empenharam na contestação estudantil nas Universidades e lutaram contra a guerra nas ex-colónias africanas.
Aparecido em Coimbra e incluindo muitos poemas que rapidamente se divulgaram graças às canções de Manuel Freire, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Luís Cília (entre outros), "Praça da Canção" recorre à História de Portugal para através desse passado colectivo interrogar o presente e o futuro do país, conseguindo aliar um poderoso sopro épico e um lamento pela condição dos portugueses no tempo em que foi escrito.
Sublinhe-se ainda a capacidade de aproveitar os recursos da métrica e da rima para a criação de uma musicalidade sensível, por exemplo, na famosa "Trova do Vento que Passa", e contribuindo para fazer de Manuel Alegre o trovador da sua geração.

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Etiquetas: Literatura

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