Chiado. O peso da memória. António Valdemar. 1989

Chiado. O peso da memória. António Valdemar. 1989

N 18104 Chiado. O peso da memória. António Valdemar. Edições INAPA 1989. Coleção O Espírito do lugar. Encadernado. 153 Pgs. 25,5x33,5cm. 1,2Kg.
Valdemar, o decano dos jornalistas portugueses, intelectual brilhante, introduz-nos logo na toponímia, a partir deste momento ficamos agarrados a um mapa cifrado e decifrado: O Chiado era um fragmento da Rua das Portas de Santa Catarina. Depois ficou a ser o que denominamos Rua Garrett. Alguns olisipógrafos já o incluem desde o Largo de Camões até à Rua do Carmo e à Rua Nova do Almada. Todavia, o seu espaço é mais amplo. Abrange os três antigos sítios de S. Francisco, do Carmo e da Trindade. Prolonga-se através da Rua Ivens, antiga Rua da Cordoaria Velha e de S. Francisco até à Rua Vítor Cordon, outrora Rua do Ferragial de Cima. Revive no Largo de S. Carlos e seus acessos; integra a Calçada do Sacramento, a Rua Serpa Pinto, que antes se chamou Estevão Galhardo, até ao Largo de S. Roque, onde principia o Bairro Alto. A Rua da Misericórdia e a Rua do Alecrim, implantadas no local da velha muralha fernandina, estabelecem outras fronteiras. Seja como for, ainda há Chiado no restaurante Tavares e no Largo Barão de Quintela, onde se encontra a estátua de Eça. A política, a literatura, a arte, a música, o teatro, a moda, a gastronomia, elegeram este território.É impressionante os escritores e artistas associados ao Chiado, quem por aqui viveu e conviveu, Rafael Bordalo Pinheiro, Maria Helena Vieira da Silva, o ateliê de Columbano, os encontros em A Brasileira, as noites de S. Carlos, e o autor faz a síntese: Para conhecer Portugal é preciso conhecer Lisboa e não se pode conhecer Lisboa sem conhecer o Chiado. O Chiado é a expressão de um modo de ser e de estar. Sobrevive o peso da memória, num incessante fluir de grupos que se renovam, nas mesmas esquinas desse pequeno-grande mundo em contínua metamorfose. Veja-se só: Dentro da área do Chiado, o Convento do Carmo ficou a ser um quartel; o Convento de S. Francisco, Biblioteca Nacional e Academia de Belas-Artes; o Convento da Boa Hora, sede dos tribunais; o Convento do Espírito Santo da Pedreira, dos Oratorianos, adaptado a hotel e, mais tarde, aos Armazéns do Chiado; e o Convento da Trindade, demolido e retalhado em lotes para a construção civil e uma fábrica de cerveja. Das mudanças nos dá conta o autor, quem se instalou neste rincão prodigioso, a nova arquitetura Novecentista, a criação de novos convívios, como o Chiado se tornou um expoente de romantismo, com os seus clubes, cafés, restaurantes, apareceu o Grémio Literário, o Turf, em pleno Estado Novo o Círculo Eça de Queirós, uma iniciativa que teve António Ferro ao leme. E daí sentirmos a vibração destes pontos de encontro, profusa e adequadamente ilustrados, os estabelecimentos carismáticos, as livrarias e as tertúlias, a Bertrand, a Sá da Costa, a Portugal, a Ferin, a Lelo, os encontros no consultório de Polido Valente, a tertúlia de Filipe de Sousa num dos andares do famoso prédio do Marquês de Nisa, a Ourivesaria Leitão que se intitulava antigos joalheiros da Coroa, o Eduardo Martins, os Armazéns do Chiado, o Jerónimo Martins, a Casa Ramiro Leão, o Grandella, a Pastelaria Marques, a Vista Alegre, a Casa Sassetti, a Pastelaria Benard, os bancos.
No Chiado surgiu o jornal A República, o Diário de Lisboa, em 1921, tinha a sua administração na Rua do Carmo
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Amandio Marecos

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