Entre as possibilidades e limites
Uma teologia moral em demanda
Sérgio Bastanel

Recordar o Concílio Vaticano II, cinquenta anos após o seu início, é também olhar para a história subsequente, é refletir sobre o presente a fim de nos interrogarmos sobre a receção da mensagem que naquele evento nos foi confiada. É difícil fazer balanços, mesmo que só parciais, como seria se quiséssemos fazê-lo, restringindo-nos à teologia moral. O pequeno número de autores envolvidos neste texto pensou, todavia, recordar o Concílio, relembrando a outros o que deste último julgam ter aprendido sobre o modo de reflectir em teologia moral. É o modo que, desde há tempos, tentaram partilhar e que exercitam na reflexão sobre algumas temáticas, diferentes entre si e ligadas ao campo de investigação de cada um.

Entre possibilidades e limites. Uma teologia moral à procura: o título escolhido para o volume expressa um ponto de vista unitário, presente nas várias intervenções. Gostaria de expressar também a apercepção viva da condição em que evolvem a vida moral e a reflexão a seu respeito, a busca da honestidade e da verdade, o seguimento de Cristo na história. O contexto de possibilidades e limites exige à teologia moral a sua fundamental tarefa de inquirição, em fidelidade aberta e paciente, sobre temas e problemas que hoje se levantam; e reivindica igualmente a sua fundamental finalidade de formação das consciências.

O texto parte da pergunta sobre como ser discípulo de Cristo na nossa história (Sergio Bastianel), prestando atenção à importância da vida de fé para a capacidade de moralidade dos crentes, e ainda à importância da moralidade vivida para a profundeza e a veracidade do próprio crer. Tudo o que empenha a responsabilidade pessoal e social exige capacidade de liberdade e decisões tomadas com base num real e necessário discernimento (Donatella Abignente), que para o cristão unifica a sua experiência humana e o seu crer. Está em causa o modo de compreender a vida da cidade (José Man