Fernando de Aguiar . Gente de casa, 1948

Fernando de Aguiar . Gente de casa, 1948

N 9317 Fernando de Aguiar . Gente de casa, 1948. Edições Sigma. 488 Páginas. Pequeno restauro na lombada.
Nasceu no Funchal, na freguesia da Sé, a 15 de março de 1909. Filho de José Anselmo de Aguiar e de Carolina do Nascimento Cardoso, evidenciou-se como jornalista, folclorista e escritor, seguindo como ideais políticos e doutrinários o integralismo e a monarquia.
Fez o curso do Liceu do Funchal e licenciou-se na Faculdade de Direito de Lisboa, tendo antes exercido as funções de guarda-livros e de contabilista. Em Lisboa, onde passou grande parte da sua vida, era frequente encontrá-lo no café A Brasileira do Rossio, a compor alguns dos seus trabalhos literários e reunido em tertúlias literárias e políticas.
Cultivou o interesse pelos assuntos relacionados com a história, a cultura e as tradições populares do arquipélago da Madeira, começando a publicar na década de 30, época em que o país estava a dar mais atenção aos usos e aos costumes do povo, enfim, aos temas de caráter etnográfico e folclórico, de certo modo impulsionado pelo surgimento, em 1933, do Secretariado de Propaganda Nacional.
. Compilou um conjunto de lendas sobre várias freguesias da Madeira, a sua origem, o descobrimento da ilha, entidades míticas e de caráter religioso (nomeadamente: Arguim, o Senhor S. Roque do Vale do Faial, a Capela das Almas Pobres, S.to António da Serra, o Senhor dos Milagres de Machico, a Virgem Senhora do Monte, o Senhor Bom Jesus de Ponta Delgada, S. Sebastião e o fundador da Madalena do Mar).
Relembrou romances da tradição oral, como o D. Carlos de Montalvar ou a lengalenga da Menina do Penedo; cantos populares, como O Príncipe e a Lavadeira e a Cantiga da coelhinha; e, ainda, jogos infantis, como O Rico da Maré, A Machadinha e O Miau-Miau. No âmbito da etnografia madeirense, Fernando de Aguiar interessou-se também pelo aspeto linguístico dos seus conterrâneos, publicando alguns regionalismos lexicais, coligidos em vários locais da ilha. Todos estes registos espelham a alma popular e contribuem para preservar parte da identidade cultural madeirense.
. Realizou, ainda, breves ensaios sobre a história insular, tais como o descobrimento e o povoamento, a missão das ordens religiosas, o papel dos conventos e das capelas, atestando o seu empenho no estudo e na promoção dos temas culturais referentes ao arquipélago da Madeira.
Como escritor desenvolveu, no seu estilo peculiar, uma ampla literatura de teor político-administrativo, histórico e social, géneros que, muitas vezes, serviram para defender os seus pontos de vista sobre assuntos do seu tempo. As edições em volume surgem a partir da década de 40, reunindo alguns textos já publicados na imprensa e outros inéditos, versando sobre assuntos como o comunismo, o corporativismo, o capitalismo, a monarquia e a república, nos quais fez emergir a sua faceta monárquica e integralista.

Era sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas e pertencia ao Supremo Conselho Cultural da Causa Monárquica, sendo vogal da Comissão de Propaganda da mesma causa.
Faleceu em Lisboa, na freguesia de Benfica, a 3 de novembro de 1978.

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