Pinheiro Chagas // Julieta

Pinheiro Chagas // Julieta

Autor: Pinheiro Chagas
Obra: Julieta
Prefácio de Nuno Júdice
Editor: Edições Rolim
Colecção Fantástico / 16
Ano: 1985
Formato: capa mole
Págs: 46-(1)

Observações: Manuel Joaquim Pinheiro Chagas [Lisboa, 1842 - Lisboa, 1895]
Figura influente no seu tempo, Pinheiro Chagas é hoje pouco mais do que um nome. Estadista, orador aplaudido até ao delírio, historiador, romancista, dramaturgo, académico, parlamentar, coberto de glória e de condecorações, autor de uma obra vasta e, no seu tempo, lida com grande interesse e até ardor, o autor de Tristezas à Beira-Mar presta-se, como poucos, à reflexão melancólica sobre a transitoriedade da fama. Hoje pode dizer-se, sem grande injustiça, que o nome de Pinheiro Chagas só sobrevive pela aura reflexa que lhe deu a polémica arrastada, de que foi origem, com os da geração de 70.
Tendo-se filiado no Partido Regenerador, foi eleito deputado, pela Covilhã, em 1871. A sua carreira política, sempre ascendente, levou-o ao posto de ministro da Marinha em 1883, do qual se exonerou em 1886. Nesta capacidade, a sua actividade foi vasta e importante, tendo ele sido responsável por estabelecer as comunicações telegráficas entre a metrópole e as possessões ultramarinas, por iniciar a construção dos caminhos-de-ferro de Luanda a Ambaca e de Lourenço Marques ao Transval, pela criação dos serviços de abastecimento de água a Luanda e cidade da Praia (Cabo Verde), pelo estabelecimento da navegação fluvial no rio Zaire, etc.
Figura vultosa e sonora, dotado de uma retórica imponente e algo oca, prestou-se a ser caricaturado por Eça, que lhe colou à legenda, para sempre, o apodo de «Brigadeiro Chagas, para o qual «o [...] patriotismo, em vez de ser de utilidade pública, era apenas de curiosidade arqueológica. A publicação, em 1865, do Poema da Mocidade, com prefácio de Castilho, iria acentuar a célebre polémica que ficaria a ser conhecida como «Questão Coimbrã.
Ao prefácio de Castilho, caçoando com a geração de Antero e Eça, respondeu Antero, com vigor, nobreza, eloquência e, num ou noutro ponto, com alguma crueldade, numa carta que intitulou Bom Senso e Bom Gosto. Pinheiro Chagas sai à estacada, desta vez sem a bengala de Castilho, com um folhetim no qual, entre outros mimos, acusa Antero e os da sua escola de perseguirem «um certo ideal, alugado a tanto por ode nos algibebes da Alemanha.
Jornalista na imprensa são publicados os seus primeiros contos e novelas , é, contudo, ao teatro que dedica maior carinho, obtendo enorme sucesso com a peça A Morgadinha de Valflor (1869), que viu de imediato traduzida em italiano e espanhol.
Falecido em 1895, com 53 anos, este polígrafo abundante teve um funeral que foi uma consagração, nele se fazendo representar a Família Real, o Governo, o Parlamento, a Academia, o Município, a imprensa, as Forças Armadas, etc. - in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990

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literatura portuguesa , novela
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Etiquetas: Literatura

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