Filho da Máfia

Filho da Máfia

A Máfia viola um dos seus códigos de honra e mata uma criança de 13 anos. Eis a confissão do seu carcereiro.
«Tenho uma voz dentro da cabeça. Diz que sente um cheiro a mar e flores. Vem do porta-bagagens, esta voz. Vem de baixo de um cobertor grande e grosso. Eu abrando, respondo. Apesar de ser proibido falar com aquela voz. Depois o meu carro recomeça a andar. Porque naqueles tempos - na época de Giovanni Brusca, Totò Riina e Leoluca Bagarella - tínhamos todos muita pressa. Se o ácido não dissolvia bem os cadáveres, recorríamos a um pequeno forno para apressar o processo. A voz era a de uma criança. Chamava-se Giuseppe Di Matteo, e eles tratavam-no por u canuzzu, que significa: o pequeno cão. Mas não era uma forma amorosa de o tratarem, como em Itália os pais tratam os filhos. No campo, os camponeses acorrentam os cães, batem-lhes, matam-nos.
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Etiquetas: Literatura

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Virgilio Camisola

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