Adamastor
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Adamastor
Adamastor
de E. S. Tagino
Quem foi, afinal, o Adamastor? Conheça uma das figuras mais importantes da História e Literatura portuguesas.
Excerto
«Deixo logo, a vossas senhorias, clara advertência de que tenho muito para contar. E isto que seria já de grande nota para alguém que durante setenta anos muito pouco falou, é-o ainda mais no meu caso, porque o que tenho para dizer é, na maior parte, absoluta novidade. É legítimo que me apresse na identificação para que não sobrem dúvidas sobre a validade do meu testemunho. Eu sou o verdadeiro Adamastor.
A minha intenção de repor a verdade é que me leva, contra a minha vontade, a notificar os acontecimentos. Nada me movendo, de ordinário, senão a defesa do meu bom-nome que tão subitamente se viu ofendido por esse poema que o cavaleiro-soldado D. Luís Vaz, dito de Camões, com acentuada e desproporcionada malícia, fez publicar em Lisboa no ano de 1572.
Antes de avançar nos meus critérios, que atesto justos e cuidados, apraz-me, no entanto, que me desculpeis deste português com que vos falo, mas, nestas paragens do Índico Oceano, faltam-nos livros e verdadeiros letrados com que nós tenhamos azo de falar e aprender. Tudo começou há muitos, muitos anos...
de E. S. Tagino
Quem foi, afinal, o Adamastor? Conheça uma das figuras mais importantes da História e Literatura portuguesas.
Excerto
«Deixo logo, a vossas senhorias, clara advertência de que tenho muito para contar. E isto que seria já de grande nota para alguém que durante setenta anos muito pouco falou, é-o ainda mais no meu caso, porque o que tenho para dizer é, na maior parte, absoluta novidade. É legítimo que me apresse na identificação para que não sobrem dúvidas sobre a validade do meu testemunho. Eu sou o verdadeiro Adamastor.
A minha intenção de repor a verdade é que me leva, contra a minha vontade, a notificar os acontecimentos. Nada me movendo, de ordinário, senão a defesa do meu bom-nome que tão subitamente se viu ofendido por esse poema que o cavaleiro-soldado D. Luís Vaz, dito de Camões, com acentuada e desproporcionada malícia, fez publicar em Lisboa no ano de 1572.
Antes de avançar nos meus critérios, que atesto justos e cuidados, apraz-me, no entanto, que me desculpeis deste português com que vos falo, mas, nestas paragens do Índico Oceano, faltam-nos livros e verdadeiros letrados com que nós tenhamos azo de falar e aprender. Tudo começou há muitos, muitos anos...
Etiquetas: Literatura
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Jose Sousa
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