"Cartas à Filha - 1877 a 1902" de Calamity Jane - 1ª Edição de 1986

"Cartas à Filha - 1877 a 1902" de Calamity Jane - 1ª Edição de 1986

"Cartas à Filha - 1877 a 1902"
de Calamity Jane

Prefácio e tradução de Maria do Céu Guerra

1ª Edição de 1986
Edições Rolim
84 Páginas

O testemunho que Calamity Jane deixa à sua filha, em forma de cartas, é tocante na descrição da coexistência de duas realidades: a luta de uma mulher pela sobrevivência num mundo Western profundamente duro e masculino, papel que assumiu e cumpriu de forma exímia, nunca perdendo, no entanto, o seu outro lado, mais frágil, mais emotivo, mais afectuoso, e que se revela em toda a sua dimensão nestas cartas à filha. Mito feminino do oeste selvagem, Calamity Jane manifesta na sua escrita uma rebeldia natural de quem vive num mundo de homens e uma angústia provocada em boa parte pela insegurança de não se ter realizado no papel da maternidade depois de ser visto obrigada a entregar a sua filha em tenra idade. Confrontada no seu interior com a ausência de cuidado e afecto maternal, sente-se nas suas cartas uma procura intensa de serenar interiormente a dor da renúncia.

EXCERTO
«Janey, quase morri quando te abandonei. Os teus pais puseram-te Jane, como eu. É por isso que eu te chamo Janey. Pego num livro de cada vez e procuro no dicionário cada palavra cujo significado desconheço. Só estive três anos na escola e apesar de ter estes livros por onde estudar, não julgues que é muito fácil. Quando te for visitar quero ser capaz de me comportar como uma branca. Toda a gente pensa que eu não sei ler e nem sequer o meu nome consigo escrever. Eu deixo que assim pensem. Acho que é preferível assim. Os teus avós tinham instrução, embora eu não tenha. E não foi culpa deles que eu tenha escapado à primeira oportunidade. O teu avô era pregador, vê bem. Era como o pregador Smith, julgava que podia combater toda a nação índia apenas com uma Bíblia. Eu não sinto medo deles desde que tenha duas pistolas à cintura, mas, Deus me perdoe, não gostava muito de lhes fazer frente só com a Bíblia debaixo do braço. Um dia percebes tudo isto.»

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Martha Jane Cannary Hickok (1852 a 1903), mais conhecida por Calamity Jane, foi uma das raras mulheres com estatuto de figura lendária "Western". A sua vida, naturalmente árdua e problemática, foi pontuada também com alguns momentos de felicidade, sobretudo os momentos que viveu ao lado do homem da sua vida, Wild Bill Hickok, e com a sua filha Janey ainda que de uma forma sonhadora, distante e imaginária.

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Etiquetas: Literatura

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